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STF impede Receita de compensar débitos com valores a serem restituídos

 STF impede Receita de compensar débitos com valores a serem restituídos –  Resenha de Notícias Fiscais

Ficou decidido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que a Receita Federal não pode compensar, de ofício, débitos com valores decorrentes de tributos pagos a mais do que seriam restituídos pelos contribuintes.

A decisão por nove votos e aconteceu no Plenário Virtual. Não depositaram seus votos os ministros Celso de Mello e Luiz Fux.

O assunto foi julgado com repercussão geral e a decisão será usada de orientação para as instâncias inferiores. A decisão foi dada em recurso da União, que questionou acórdão do Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região. A Corte local alegou ser inconstitucional a previsão legal sobre esse tipo de compensação.

O parecer deu ganho de causa para uma moveleira do estado de Santa Catarina. A aplicação da Receita está prevista no parágrafo único do artigo 73 da Lei nº 9.430, de 96, incluído pela Lei nº 12.844, de 2013.

Naquele acórdão, o TRF destacou que a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) pacificou-se no sentido de que não cabe a compensação de ofício dos débitos que se encontram com exigibilidade suspensa. Como o Código Tributário Nacional (CTN) não autoriza a compensação de créditos desprovidos de exigibilidade, como ocorre no caso de parcelamentos sem garantia, para que isso ocorresse seria necessária a edição de lei complementar (RE 917285).

No processo, a União alega que a questão está sendo debatida em inúmeras demandas judiciais envolvendo a Fazenda Pública e tem relevante aspecto econômico, político, social e jurídico, especialmente quanto ao vulto decorrente da arrecadação dessa prática. Ainda segundo a União, o parcelamento pode, muitas vezes, ser utilizado não como mecanismo de regularização efetiva, mas como meio para a rolagem de dívidas.

Para o relator da ação no STF, ministro Dias Toffoli, sempre que uma lei ordinária divergir de normas gerais de direito tributário, a incompatibilidade se resolve a favor do texto integrado em lei complementar ou com força de lei complementar, reconhecendo-se, no caso, vício de inconstitucionalidade, por invasão por lei ordinária de competência reservada, constitucionalmente, a lei complementar.

Ainda segundo Toffoli, o parágrafo único do artigo 73 ao permitir que o Fisco realize compensação de ofício de débito parcelado sem garantia, condiciona a eficácia plena da hipótese de suspensão do crédito tributário, no caso o parcelamento, a condição não prevista em lei complementar.

Foi aprovada a seguinte tese: “É inconstitucional, por afronta ao art. 146, III, b, da CF, a expressão ou parcelados sem garantia, constante do parágrafo único do art. 73, da Lei nº 9.430, de 1996, incluído pela Lei nº 12.844, de 2013, na medida em que retira os efeitos da suspensão da exigibilidade do crédito tributário prevista no CTN”.

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Carlos Rocha
Graduado em Ciências Contábeis e Pós-Graduando em Gestão Tributaria pelo INPG Business School. Experiência em empresas de grande porte Nacionais e Multinacionais nos setores fiscais e tributários. Sempre atuando com melhoria de processo aumento de rentabilidade e atração de investimentos e eficiência na geração resultados. Atuei no projeto de implantação e terceirização do setor de contas a pagar; receber e parte do setor fiscal da Indústria Farmacêutica Merck Group Brasil em conjunto com a Atento Brasil. Experiência na BDO BRAZIL AUDITORES INDEPENDENTES atendendo clientes multinacionais trabalhando na geração de uma série de benefícios, especialista nos seguistes seguimentos:

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